domingo, 31 de outubro de 2010



Alguém pode me dizer onde a Sofia Copolla que chegar? É que eu realmente acredto que que "em algum lugar" deve estar o sentido deste filme. Acredito mesmo, mas confesso que ainda não sei qual é. Não se trata de não ter entendido a estória, claro que entendi. O filme é totalmente inteligível: Um astro de Hollywood vai percebendo o vazio a sua volta e atravessa seu cotidiano, com assédio de mídia e fãs ,com desinteresse e apatia, até que explode numa crise de consciência e decide se encontrar "em algum lugar". É um argumento até meio clichê mas não deixa de ser algo válido para ser trabalhado. Até aí tudo bem. O problema é que Sofia Copolla fez um filme insípido e com um ritmo cansativo. Parece coisa de diretor que quer mostrar que é cult a todo custo. Não sei se ela precisava disso para ganhar o urso de ouro de Veneza.

Analisando seu histórico: "As virgens suicidas", "Encontros e desencontros" e "Maria Antonieta", dá para perceber que "Em algum lugar"se encaixa no todo por tratar de solidão e desenquadramento social, mas destoa dos outros por não ter a  mesma leveza e o  mesmo estilo deles. É que o novo filme de Sofia Coppola não é simplemente leve, é lento, enfadonho. O que salva o filme são algumas cenas meio cômicas (dormir em pleno sexo oral), outras meio fofinhas (pai e filha tomando chá imaginário no fundo na piscina) e o nonsense de duas garotas louras fazendo coreografia sensual em uma barra de polidancing.

Também vale destacar o elenco que é basicamente concentrado em Stephen Dorff, que acaba de entrar na categoria "ator" para mim. Vi que ele já fez vários filmes antes deste, alguns inclusive que eu assisti, mas não lembro dele se destacar em  nada, sinal de que não tinha mesmo muita expressão. Neste filme de Sofia Copolla, no entanto, ele está muito bem e merece todos os méritos. Lembrando que ele quase é ofuscado por Elle Fanning, a irmã mais nova de Dakota, que dá um show, garante toda a graça do filme e desde já se torna uma aposta de talento para o  futuro.

E claro, a trilha sonora incrível , como de todos os filmes de Sofia Copolla. Isto ela sabe fazer bem e não deixou cair a bola.

p.s.: Na sessão que eu vi, o microfone aparecia o tempo todo na parte superior da tela. Será que é mais uma invenção de diretor ou estava errado mesmo? Vou acreditar que a versão que veio para a Mostra não está ainda finalizada e por isso este problema, fico mais tranquilo com esta explicação.

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